Corpo físico & corpo sutil
Quando tratamos de corpo físico, em muitas linhas de pensamento, assim como no Yoga, o vemos como o espaço material de manifestação do nosso corpo sutil. O que, em muitos casos, manifesta sintoma, dores, travas para enxergarmos algo que nosso corpo sutil tenta nos trazer a tona para que lidemos com isso.
E assim como o cuidado com o corpo sutil, com nossas emoções e espiritualidade, crenças e sentimentos é importante; cuidar do nosso corpo físico significa zelar pela forma como estamos manifestados aqui, hoje, agora. Todo o sistema do corpo físico que carrega nosso corpo sutil precisa de vitalidade e cuidados para seguir vibrando. E ao transitar um novo ciclo a começar, muitas pessoas se dispõem a cuidar mais de si, a se dar mais tempo ao que gostam de fazer e estar atentos para o corpo manifesto, físico.
Às vezes é necessário passar pelo caos para enxergar esse caos e buscar caminhos mais conscientes. Não à toa tantas revoluções ocorreram em estados caóticos em que todo o sistema ia ladeira abaixo! O problema surge quando o caos começa a se tornar comum, ou cultural justificando padrões de condicionamento.
E todos os anos seguimos vendo o padrão da época festiva de Natal e Réveillon quando muitas pessoas se afundam em bebidas e comidas e, a partir do dia 1 de Janeiro querem reverter esse quadro no qual elas mesmas se colocaram. Em muitos casos, até o Carnaval chegar…
Para sustentar certas mudanças reais e cuidados atentos com nosso corpo físico é preciso identificar que o padrão de consumo existe em todes nós. Enxergar esse padrão e buscar uma melhor forma de nos alimentar, por exemplo, é um exercício diário. Contudo, sair das zonas de conforto vai muito mais além do simples querer. Exige do nosso corpo sutil uma quebra deste padrão. Corpo sutil este que guarda e revela nossa luz e nossa sombra e, sendo assim, trabalha a partir da consciência adquirida para colocar em prática nossas escolhas. O corpo físico, portanto, é o que materializa todas as nossas ações, ou seja, põe em prática no ato, no gesto, na fala, no olhar, no pensar.
Sendo assim, decidir mudar um padrão de alimentação reconhecendo teus próprios processos para com esse tema, tuas próprias escolhas, e não pondo desculpas do que é cultural, familiar, costume, prazer, é uma grande oportunidade de iniciar na senda do autoconhecimento, assumindo e se comprometendo nos teus processos sem intervir no processo alheio, ou seja, observando se tuas escolhas afetam um ser para além de ti e de que forma. Se fere, se dói, se ultrapassa o limite da não violência, “ahimsa”, algo de incoerente há. Para muito além da tua saúde física, o chamado vem para despertarmos nossa saúde integral: de todos os teus corpos, de todos os que tua crença e teus olhos permitem ver, de todos os teus corpos que você alcança sentir. No fim das contas o que realmente é válido é a coragem de encarar teus processos pessoais sem invadir o alheio. Avante.
Laís Bellini, terapeuta corporal.